terça-feira, 21 de outubro de 2008

DIA DO IDOSO


"Como está a interação das gerações mais jovens com os idosos? De que maneira temos ensinado sobre respeito, ética e tolerância em nossas escolas?

As escolas acabam utilizando as datas comemorativas para lembrar, às vezes de maneira estereotipada, de pessoas e fatos que fazem e fizeram parte do contexto histórico cultural brasileiro. É o caso, por exemplo, do Dia do Índio, banalizado com a pintura nos rostos das crianças e, mais recentemente, do Dia da Consciência Negra, comemorado com concursos de penteados “rastafári”.

O mito da eterna juventude não nos permite comemorar a data nos vestindo como “velhinhos”, nem promovendo entre os mais jovens concursos de “coques”... Afinal de contas, quem, em sã consciência, quer ser ou parecer mais velho numa sociedade consumista como a nossa que cultiva valores que pouquíssimas vezes se aproximam da experiência acumulada com o passar dos anos.

Mas, da mesma forma que a data comemorativa, 1º de outubro Dia Internacional do Idoso, pode traduzir uma atividade apenas pontual, sua importância não se esgota num “chá da tarde com vovós”. Esta parada pode ser pedagógica se significar um momento de reflexão profunda sobre como estamos sentindo os efeitos do envelhecimento populacional brasileiro.

É difícil imaginar que neste dia todos entrem em harmonia e passem, como por milagre, a respeitar os idosos. Mas, como esperamos uma sociedade cada vez melhor, acreditamos na mudança de atitudes em relação à velhice e desejamos que os conhecimentos gerontológicos contribuam para a quebra de paradigmas.

Vamos comemorar? Afinal de contas são 5 anos da publicação do Estatuto do Idoso, tempo suficiente para entender a importância destes sujeitos na construção de uma sociedade mais justa e respeitosa."


Diálogo Aberto
Arte e Cultura

Coluna da Semana:
Reflexões sobre o Dia Internacional do Idoso
É difícil imaginar que neste dia todos entrem em harmonia e passem, como por milagre, a respeitar os idosos

Por: Mônica de Ávila Todaro

Doutora em Educação, Mestre em Gerontologia, Professora da Universidade São Francisco, Coordenadora do Projeto Educação e Convivência Intergeracional.

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